sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Fragmentos

No início de tudo eram palavras. Fragmentos de um discurso ainda “não-amoroso” - porém com potencial. Debates – e até alguns impasses - provocados pelo desejo de exprimir.
A primeira mensagem dele foi como dizem “com os dois pés no peito”. Dizia: “-Saudade, torrente de paixão emoção diferente, que aniquila a vida da gente, uma dor que eu não sei de onde vem.”.
A resposta: “-Vamos nos ver?”.
Em seguida vieram os encontros. Um café puro pra ele, um duplo pra ela, um olhar fixo na boca que insistia em não parar de falar (o desejo de exprimir aumentava gradativamente), um discurso cada vez mais amoroso que o inicial. A segurança vai aumentando e ele – quase que trêmulo, porém com a voz firme – cita Vinícius. Ela ri – e um tanto emocionada pergunta sobre cinema.
Antes do primeiro beijo um primeiro bar, um primeiro cheiro, um primeiro gosto de sábado, uma caipirinha pra ela, um chopp pra ele, uma luz por detrás dos cabelos dela dando uma coloração irresistivelmente diferente na maçã do seu rosto, e enfim, um primeiro beijo. E um segundo, e um terceiro.
Daí em diante foram mais beijinhos que os peixinhos a nadar no mar, foram carinhos sem ter fim, foi um mundo de trocas, sem caber de imaginar. A vida foi ficando cada vez mais leve, com a leveza que uma vida simples deve ter, o sentido de “pertencimento” tornou-se conforme.
A vida caminhou, o mundo compreendeu e todos os dias amanheceram em paz.

4 comentários:

Anônimo disse...

e as lágrimas?
o que faço com elas agora?

meu doce e querido, amigo, você me deixa cada dia mais orgulhosa.

amo-te.

M. disse...

ai que delicia de sensação!!!!!!!

Camilla Salmazi disse...

Olha só, quanto orgulho!
Pertencimento e todo o resto nosso.
Obrigada!
Amo muito.

Anônimo disse...

... quem tem pra quem se dar o dia não é mais como a noite...

me enche de felicidade, orgulho e lágrimas.