quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Guerreiro e o Amor


A saudade é mesmo um pouco como fome, como diz Clarice: “– Só passa quando se come a presença”, mas é também o catalisador para a ebulição de sentimentos que nem sempre se colocam a mostra. De repente aparece um arco-íris absurdamente nítido, do nada entra pela janela do carro um aroma de flores que te faz fechar os olhos e então o olfato é o único sentido a trabalhar por alguns segundos, descobre-se a “mensagem” daquela canção que já tocou milhares de vezes e só agora fez sentido, a vida fica insustentavelmente mais leve, com a leveza que se tem numa vida simples.

Com esse sentimento entrei para assistir ao filme “O Guerreiro Genghis Khan” – (Nome Original: Mongol; Direção: Sergei Bodrov). O filme mostra a história de Genghis Khan, um dos maiores conquistadores de todos os tempos, dominador de metade do mundo e que conseguiu, em meio a uma Mongólia povoada por diversos clãs, unificar todos os povos. O filme tem a típica trajetória do herói (bem ao estilo Luke Skywalker, Jesus Cristo ou Willian Wallace), com uma fotografia belíssima. O que torna esse filme cativante a meu ver - principalmente após ter confessado meu estado emocional – é o amor. Foi ele quem conseguiu unir povos tão distintos. Foi ele quem fez com que o herói percebesse que não se ama, ou se uni ou se relaciona somando-se as compreensões. O herói percebeu, e só por isso tornou-se herói, que só se ama verdadeiramente somando-se as incompreensões.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Soneto do reencontro

Eu vi chegar lento os meus nos seus lábios
A luz por detrás dos cabelos claros
Nosso encontro também foi lento, sábios
Sabíamos viver os momentos raros

Quando eu dei por mim, já era algo novo
A mente apavora o novo mundo
Fugi de nós. Patético em vôo
Para o deserto, em sono profundo

Três longos séculos nos separaram
A vida reduzida à solidão
Mas que vida? Não mais vivia, notaram

E levaram-me para minha sina
Acordei com um beijo de paixão
Em um bar, por detrás de uma cortina.